Oi, humanos <3
Eu escrevi essa história ano passado e foi uma das primeiras coisas que eu escrevi e realmente gostei.
É um pouco diferente (talvez mais infantil), mas tá dentro do meu coração e eu espero que vocês gostem.
Dezoito de março de 1995, nascimento da Abby.
Os gritos já eram ouvidos a mais de meia hora no
hospital, todo aquele branco deveria
passar alguma calma aos pacientes e acompanhantes, mas naquele momento causava
exatamente a sensação oposta.
Na sala de espera, se encontrava um menininho cinco anos, ouvindo uma música , enquanto
mentalmente esbraveja, por ter que faltar no aniversário do melhor amigo, só
pra ficar parado naquela sala irritante, observando seu pai “discretamente” surtar, Charlie sabia que o
nascimento de sua irmãzinha era uma grande coisa, mas ela ainda estaria lá,
depois do aniversário de Chuck, não é?
Ele continuou reclamando mentalmente, até ouvir um choro
agudo que conseguia ultrapassar até o alto volume da música, o choro que ele
sempre fora avisado que seria extremamente irritante, na verdade soou agradável
e ele soube, que iria gostar de Abby.
Domingo, Dezoito de março de 2000, Aniversário de 5 anos
da Abby.
A casa estava
perfeitamente decorada com balões
coloridos e até mesmo um pula-pula rosa
pronta para “A Melhor Festa de 5 Anos Que Já Existiu”, todo esse cenário
era um contraste com o som de duas
crianças gritando.
A esse ponto da briga os dois irmãos nem sabiam mais qual
era o motivo, não que isso importasse, já que ultimamente tudo era motivo de
briga naquela casa.
-Chega! – Ana, a pequena mãe dos pestinhas gritou- A
festa começa em dez minutos e eu estou cansada de ouvir vocês brigarem, agora
vão vocês dois pra sala e ajam como os anjinhos, que eu sei que podem ser!
E assim, depois da bronca diária, os irmãos King se
sentaram um em cada ponta do sofá para
esperar os convidados chegarem.
Depois de meia hora de festa e de vários convidados chegarem,
todas as brigas foram esquecidas e foi realizado o melhor aniversário de
princesa- bailarina- vampira que o mundo já viu.
Segunda, Dezoito de março de 2005.
Era a segunda semana de Abby em uma escola completamente
e todas as outras crianças já tinham formado suas panelinhas, o que incluía Charlie que já agia como melhor amigo
de todo o time de basquete, enquanto tudo que Abby tinha era uma paixonite por
um garoto, que provavelmente nunca mais falaria com ela, depois da última vez
que podemos dizer, foi um tanto constrangedora.
Lucas era o garoto perfeito, engraçado, tinha ótimas covinhas e um cabelo
loiro bagunçado que não importava de que ângulo você olhasse, ele sempre
parecia nada menos que... Perfeito.
Abby tivera a sorte grande de ser colocada pra sentada
atrás dele e naquela sexta-feira, ele tinha virado pra trás falando alguma coisa
como:
-Me empresta um lápis?
Mas na cabeça de Abby soou mais como um:
Eu te amo.
O que fez com que Abby corasse e dissesse:
-Eu também te amo...
O que fez com que Lucas olhasse pra ela e lentamente
virasse pra frente murmurando alguma coisa ininteligível.
Depois desse dia, mesmo ainda gostando dele, Abby tentava
ficar o mais longe possível de Lucas (ou pelo menos, o mais longe que se pode
ficar de alguém que senta na carteira da frente).
Terça, Dezoito de março de 2010.
A música bate estaca ensurdecedora ecoava por todo o
local, uma grande quantidade de adolescentes fantasiados dançava, conversavam e
riam enquanto seguravam seus tradicionais “copos vermelhos”, parecia realmente
divertido, mas depois de se perder de sua melhor amiga e de ter sido empurrada para algumas conversas
constrangedoras , Abby tinha certeza que aquele não era seu lugar.
Pra ser sincera ela não tinha a menor ideia de como
acabara naquela festa, nunca tinha sido muito do tipo de garota que se
interessava por halloween e muito menos por festas. Filmes e cobertores ou
livros e fones, aquela sim era a “praia ´’dela, mas ninguém podia dizer não
pros olhos pidões de Lily e dessa vez ela fora a vítima, depois de dias de
insistência inevitavelmente a resposta foi positiva.
Se Abby tivesse uma máquina do tempo ela desfaria aquela
decisão estupida, mas maquinas do tempo não existem, então Abby tinha de ficar
naquele caos de adolescentes bêbados e cheiro de cigarro pungente.
Então horas depois de ser abandonada por sua amiga (e
carona pra casa) Abby decidiu que ficar parada lá era pior do que ir andando
pra casa, mesmo que fosse longe e que a temperatura não tivesse exatamente amistosa.
Enquanto andava decidida até a porta Abby viu uma cena
que simplesmente não podia ignorar, Lucas jogado no sofá enquanto se melhor
amigo, Pedro, dava “leves” batidas no rosto dele, Abby sabia que deveria ir pra
casa, respeitar seu toque de recolher e confiar que Pedro cuidaria de seu
amigo, mas mesmo não sendo mais tão apaixonada por ele, Abby não conseguiu
seguir o plano original de ir pra casa.
-O que ele tem?- perguntou se inclinando até ele
preocupada.
-Ele encheu a cara – falou Pedro com um sorriso debochado
que Abby achou irritante.
-O deixa dormir, deve ajudar- disse Abby tetado ser o
mais casual possível.
-Não dá. Amanhã nós temos jogo de basquete e o pai dele o
mataria se ele se atrasasse. A única opção é colocar ele de baixo de um
chuveiro gelado – Disse Pedro já jogando Lucas por cima do ombro e subindo as
escadas.
A fila do banheiro estava longa, mas Pedro só seguiu em
frente pra um banheiro que Abby nunca tinha visto com se conhecesse a casa como
a palma da mão.
Lucas resmungou um pouco como se previsse o que
aconteceria, mas Pedro não amoleceu e
sem nenhuma cerimônia jogou o amigo de baixo da água gelada.
30 minutos e várias reclamações depois.
-Carro do Pedro.
Abby não sabia exatamente como tinha acabado naquela
situação, estava mais de duas horas atrasada para o toque de recolher, o que nem
a preocupava tanto, já que seus pais
sempre foram do partido que Abby deveria se preocupar menos e se divertir mais,
mas mesmo assim chegar atrasada sempre a deixava estressada.
O garoto que ela gostava quando tinha 10 anos agora se
encontrava encharcado e dormindo encostado no ombro dela, o que 5 anos atrás iria a deixar maluca, mas já que
Lucas babava e roncava, não era uma situação tão legal.
E para melhorar ela não conseguia parar de prestar
atenção na aparência compenetrada, mas ao mesmo tempo relaxada que Pedro fazia
enquanto dirigia.
Pedro sempre
parecia relaxado, como se não devesse satisfação a ninguém, essa era a primeira
vez que ela vira preocupação (mesmo que ligeiramente escondida), Abby observava
Pedro mais do que realmente conseguia admitir, mesmo não sabendo muito sobre o
garoto ele sempre pareceu a atrair de uma forma estranha.
-Você sabe que pode jogar ele para o lado, não é? –
Afirmou Pedro, mesmo Abby sabendo que ele estava discretamente rindo da
situação dela.
-Eu sei, mas amanhã ele vai ter uma manhã muito difícil
então eu vou o deixar descansar um pouco- Disse Abby com confiança.
-Você realmente gosta dele? - disse Pedro como se já
soubesse a resposta.
-Pra ser sincera, não como eu gostava antigamente, ele
foi minha primeira paixão e eu não acho que um dia vou esquecê-lo, mas acho que
já faz algum tempo que eu não me sinto do mesmo jeito que me sentia- Abby não
costumava se abrir com quase estranhos, mas por algum motivo, sentia que podia
se abrir com Pedro.
Pedro não respondeu nada e um agradável silêncio se
estabeleceu no carro.
20 minutos depois.
-Frente da casa de Abby.
Quando Abby viu sua casa, mal pode acreditar em como
podia sentir tanta saudade em tão pouco tempo e mesmo assim, tão pouca vontade
de entrar.
Em uma atitude não esperada, Pedro tira a chave de
ignição do carro e acompanha Abby até a porta, por alguns segundos aquele
silêncio constrangedor de quando as pessoas não sabem muito bem o que falar se
instala.
Abby que estava já se preparando pra dizer tchau e abrir
a porta é surpreendida quando Pedro, não
mais que de repente, se inclina e a
beija.
Abby sempre ouvira que o primeiro beijo é estranho ou até
mesmo desconfortável, mas quando os lábios dos dois se encontraram só pareceu
certo.
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